Estimulado pelo sucesso do curso livre Os sentidos da paixão, o Núcleo de Estudos e Pesquisas da Fundação Nacional de Arte (Funarte) organizou outro, desta vez sobre O olhar (1988). Como o primeiro, este reuniu uma média de setecentas pessoas em cada uma das cidades em que foi proferido: Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba.

A nomes que já faziam parte do curso anterior, vieram se somar outros, igualmente brilhantes. E as questões abarcadas pelo título vão desde o barroco até pintores como Manet, Monet ou Seurat. Mas não é só de artes plásticas que trata O olhar. O cinema, é claro, também está presente, com Fellini e Antonioni, entre outros. Ou a filosofia, a literatura e a arquitetura. Isso para se ter apenas uma vaga idéia da abrangência de um curso que, transformado em livro, repetiu o sucesso de sua apresentação oral, tal como aconteceu com Os sentidos da paixão.

Artigo no livro O Olhar, Editora Companhia das Letras, SP, lançado em 1988, 495 páginas (esgotado). Organização: Adauto Novaes, a partir do curso livre O Olhar, organizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Fundação Nacional de Arte (Funarte), abrangendo artigos sobre artes plásticas, cinema, literatura e arquitetura.

Fayga escreveu o texto intitulado A construção do olhar (16 páginas, 10 ilustrações – agora online):

“Dirijo-me à sensibilidade de cada um. Falarei sobre experiência artísticas e sobre o papel que é desempenhado pela percepção, este espontâneo olhar-avaliar-compreender (de fato a palavra “percepção” já conota compreensão). E vocês vão entender, à medida que certos problemas estarão sendo colocados, o quanto os processos de percepção se interligam com os próprios processos de criação. O ser humano é por natureza um ser criativo. No ato de entender, ele tenta interpretar e, nesse interpretar, já começa a criar. Não existe um momento de compreensão que não seja ao mesmo tempo criação. Isso se traduz na linguagem artística de uma maneira extraordinariamente simples, embora os conteúdos sejam complexos.”

De olhos vendados – Adauto Novaes

Sombra e luz em Platão – Gérard Lebrun

Janela da alma, espelho do mundo – Marilena Chauí

Fenomenologia do olhar – Alfredo Bosi

As metamorfoses do olhar – Gerd A. Bornheim

Olhar e memória – José Moura Gonçalves Filho

O olhar iluminista – Sergio Paulo Rouanet

Bachelard e Monet: olho e a mão – José Américo Motta Pessanha

A construção do olhar – Fayga Ostrower

A emancipação da cor – Leon Kossovitch

Barroco: olhar e vertigem – Ferreira Gullar

Manet: o enigma do olhar – Jorge Coli

O que Seurat será? – Paulo Sérgio Duarte

Arquitetura simulada – Otília Beatriz Fiori Arantes

Iluminações profanas (poetas, profetas, drogados) – José Miguel Wisnik

O demônio mudo – Antonio Alcir Bernárdez Pécora

Visões do inferno ou o retorno da aura – Flávio Aguiar

Pensar é estar doente dos olhos – Leyla Perrone-Moisés

O olhar dos viajantes – Sérgio Cardoso

O olhar do estrangeiro – Nelson Brissac Peixoto

Cinema: revelação e engano – Ismail Xavier

A atividade do espectador – Luiz Renato Martins

Variações sobre Michelangelo Antonioni – Gilda de Mello e Souza

Masculino/feminino: o olhar da sedução – Maria Rita Kehl

Olhar-louco – Fábio Landa

Os amantes contra o poder – Renato Janine Ribeiro

A Medusa e o telescópio ou Verggasse 19 – Renato Mezan

Os olhos do poder – Katia Muricy

O paleolhar da televisão – Décio Pignatari  

Editora: Companhia Das Letras

Ano: 1988

Estante: Filosofia

Peso: 950g

ISBN: 9788571640030

Idioma: Português

Adauto Novaes

É jornalista e professor. Durante vinte anos, foi diretor do Centro de Estudos e Pesquisas da Fundação Nacional de Arte, do Ministério da Cultura. Em 2000, fundou a empresa de produção cultural Artepensamento. Organizou, entre outros, os seguintes ciclos de conferência (que depois viraram livros, onde publicou ensaios): Os sentidos da paixão; O olhar; O desejo; Ética; Tempo e história (Prêmio Jabuti 1993, Ciências Humanas); Rede imaginária: televisão e democracia; Artepensamento; A crise da razão; Libertinos libertários; A descoberta do homem e do mundo; A outra margem do Ocidente; O avesso da liberdade; Poetas que pensaram o mundo; O homem máquina; Civilização e barbárie; O silêncio dos intelectuais ¿ todos editados pela Companhia das Letras e, ainda, A crise do Estado-nação (Record); Muito além do espetáculo (Editora Senac São Paulo); Oito visões da América Latina (Editora Senac São Paulo); Ensaios sobre o medo (Editora Senac São Paulo); dentre outros.

01/08/2011. Crédito: Kléber Lima/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Entrevista com o filósofo Adauto Novaes.

Henrique Chagas

Henrique Chagas, palestrante, instrutor, mediador de conhecimentos, escritor, advogado e gestor na área jurídica. Cursou pós-graduação em Direito Civil e Direito Processual Civil e fez MBA em Direito Empresarial pela FGV. Leia mais em "Sobre Mim".

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